Confissões de um torcedor

Por Gustavo Franco*

Sou um torcedor do Santos Futebol Clube, daqueles que quase atingem o fanatismo. Acima de tudo, sou um apaixonado por futebol. Acompanho desde jogos casados contra solteiros ou ainda jogos de várzea em campos que mais parecem um pasto, até as grandes finais.

Em 2011, o Santos participou da Copa Libertadores da América e pude comparecer em grande parte dos jogos do meu time na competição. Fui a todos na Vila Belmiro e Pacaembu e até mesmo em partidas no Chile, Paraguai e Uruguai.

O jogo que mais me marcou foi a primeira final contra o Peñarol, do Uruguai, em Montevidéu. O clima de rivalidade e tensão explica apenas parcialmente o que foi esse momento. A torcida do Santos foi recebida com as “boas vindas” de uma chuva de pedras e pedaços de ferro ou madeira, arremessados pela torcida uruguaia.

Alguns torcedores santistas ficaram feridos. É por essas e outras que muitos preferem não acompanhar o futebol, isso é um exemplo de quanto um ser humano pode agir violentamente por uma simples partida de futebol.

Por trás desse esporte há também a artimanha política do pão e circo, mas não ligo. O futebol rompe as barreiras da minha razão e me leva sem resistência à classe dos alienados e ignorantes do povo brasileiro que assistem futebol.

Felizmente, na partida de volta contra os uruguaios, dessa vez no Brasil, o Santos soube devolver na bola as agressões no primeiro jogo. Com uma incontestável vitória, conquistou o titulo de campeão da Copa Libertadores da América 2011.

Após o apito final do árbitro, lá estava esse apaixonado santista comemorando em estado de êxtase um titulo tão aguardado pela nação ”santástica”. Mal havia passado a euforia da conquista e já me programava para a próxima grande competição que o Santos disputaria. Tratava-se do Mundial Interclubes que aconteceria no Japão.

O principal adversário era o fantástico time do Barcelona, considerado um dos melhores que o mundo já viu. Mesmo sabendo que dificilmente sairíamos campeões do Japão, resolvi investir nessa passagem. Convidei um primo para ir comigo. Ele logo se animou com a ideia e topou de primeira. Depois de muita burocracia, conseguimos regularizar todos os trâmites necessários para embarcar para o Japão, como o passaporte e o visto de entrada com permanência de uma semana para turismo no país nipônico.

Após alguns meses de espera, chegara o grande dia da viagem. Foram 24 horas de vôo. Na chegada, o Japão se mostrou um país com um povo extremamente educado que, por mais que não falassem bem inglês, eram solícitos com os turistas.

Por mais que o resultado do campeonato tenha sido negativo para o Santos, o futebol deixou explícito que é capaz de unir culturas e povos e trazer grande aprendizado e conhecimento para as pessoas, um esporte que é capaz de entreter, divertir e vencer grandes distâncias culturais.

*Gustavo Franco é estudante de Jornalismo da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), em Santos/SP.

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